quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

TEMAS EM LOUVOR A NOSSA SENHORA


NOVENA EM LOUVOR A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
PERDIZES 2010

DIA 29:  MARIA, MODELO DE FÉ

Dir: Falar de Maria é sem dúvida falar em um dos maiores ícones da história da humanidade. Mulher de fé e de determinação, exemplo a ser seguido por cada um de nós. Em sua época, entre tantas mulheres, Deus a escolheu como instrumento para que sua promessa de salvação se cumprisse. Jovem, virgem, de origem humilde, porém tinha um coração puro, repleto de amor e ternura; o suficiente para oferecer aquele que por obra do Espírito Santo ela foi mãe.

Leitor1: O que Maria representa para a Igreja e para a humanidade? Venerá-la significa antes de tudo, uma atitude de gratidão, um gesto de carinho e também de fé para com aquela que soube ouvir a voz de Deus. Nesta escuta atenta, acolheu o projeto que Deus tinha para ela, e para o mundo. Aceitou o desafio de ser mãe, trazendo para nós em seu ventre virginal o salvador do mundo.

Leitor2: Surpresa com o anúncio do Anjo Gabriel, Maria em sua Santa humildade pergunta: “Como vai ser isso, se eu não conheço homem algum”? ( Lc 1, 34). Com esta indagação, ela desejava saber o que de fato iria acontecer, qual era o plano de Deus, o que Ele queria daquela pobre jovem, que nem sequer pensava em ser mãe tão cedo! Entretanto Deus tem seus desígnios os quais escapam da nossa inteligibilidade, ou seja, nem todos compreendem seus mistérios. Maria não entendia o que de fato estava acontecendo, mas tamanha foi a sua fé, que se entregou nas mãos de Deus, fazendo-se “escrava”. O Anjo percebendo a sua preocupação a encoraja: “Não temas Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus” (cf. Lc 1, 30-31s).

Dir: O seu maior gesto significativo de fé, foi aceitar com amor em seu sentido mais profundo o suficiente para dar aquele que Deus a confiou. Com o mesmo amor que ela acolhe Jesus, o entrega de volta para o Pai em silêncio. (cf. Lc 2, 19; MT 27, 55; Jo, 19, 25). Com o seu jeito simples, porém carregado de uma sabedoria invejável concretiza a proposta que Deus fez a ela, por meio do Anjo: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”! (Lc, 1, 38).  Com esta resposta o mundo é glorificado com a vinda do Salvador. Deus quis Maria como a mãe de Jesus para que seu infinito amor incondicional pudesse chegar até nós.

Leitor1: Por isso, todos os gestos de gratidão e de afeto são pequenos diante da grandiosidade que Maria representa para cada Cristão. Dar a ela um lugar de honra é mais do que merecido. É ser Cristão verdadeiramente. Maria é modelo de fé para toda comunidade que tem como guia sue Filho amado!

Leitor2: Maria Santíssima, nossa Mãe, é bem-aventurada porque acreditou, isto é, porque viveu de Fé, peregrinou na Fé. Santa Teresinha de Lisieux, disse um dia que “um sermão para lhe agradar e fazer-Ihe bem, deveria mostrar-lhe a vida real da Virgem, não aquilo que se poderia supor e que esta vida real da Virgem deveria ter sido muito simples”. Também disse ela que “as pessoas apresentam a Virgem Maria como inalcançável e seria preciso mostrá-la imitável, fazendo aparecer as suas virtudes, dizendo claramente que Ela viveu de Fé”.

Dir: A Virgem Maria é o nosso exemplo maior, que mais do que ninguém soube reconhecer e preservar este dom, o gesto maior de defender o princípio da vida. Que este mesmo amor materno de Maria, habite no coração de cada mãe e de cada mulher no Brasil e no mundo. Maria mãe de Jesus e da Igreja interceda por todos nós, sobretudo por todas as mães.




DIA 30: O SIM DE MARIA


Dir: A Anunciação, narrada ao início do Evangelho de São Lucas, é um acontecimento humilde, escondido — ninguém o viu, só o presenciou Maria –, mas ao mesmo tempo decisivo para a história da humanidade. Quando a Virgem pronunciou seu «sim» ao anúncio do anjo, Jesus foi concebido e com Ele começou a nova era da história, que depois seria sancionada na Páscoa como «nova e eterna Aliança».

Leitor1: Na realidade, o «sim» de Maria é o reflexo perfeito do «sim» de Cristo, quando entrou no mundo, como escreve a Carta aos Hebreus interpretando o Salmo 39: «Eis aqui que vim, ó Deus para fazer a tua vontade!» (Hb10, 7). A obediência do Filho se reflete na obediência da Mãe e deste modo, graças ao encontro destas duas proclamações do «sim», Deus pôde assumir um rosto de homem. Por este motivo a Anunciação é também uma festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois celebra um mistério central de Cristo: sua Encarnação.

Leitor2: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história, oferecendo sua própria disponibilidade para que Deus siga visitando a humanidade com sua misericórdia.
O «sim» de Jesus e de Maria se renova deste modo no «sim» dos santos, especialmente dos mártires, que são assassinados por causa do Evangelho…Eles…são «esperança para o mundo», pois testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio. Não buscaram o martírio, mas estiveram dispostos a dar a vida para serem fiéis ao Evangelho. O martírio cristão só se justifica como supremo ato de amor a Deus e aos irmãos.

Dir: No período da Quaresma contemplamos mais frequentemente a Virgem, que no Calvário sela o «sim» pronunciando em Nazaré. Unida a Jesus, testemunha do amor do Pai, Maria viveu o martírio da alma. Invoquemos com confiança sua intercessão para que a Igreja, fiel a sua missão, dê ao mundo inteiro testemunho valente do amor de Deus.

Leitor1: Papa Bento XVI afirmou: Contemplamos o mistério da Anunciação, um dos mais importantes da nossa Fé!  Juntamente com a anunciação, queremos lembrar, também, o mistério divino e humano, que é a nossa vocação. Não temas! Eis o elemento essencial da vocação, porque o temor acompanha sempre o homem. Ele teme ser chamado para o sacerdócio e também para a vida, para a sua missão, para uma profissão e para o matrimônio. É necessário vencer qualquer indecisão ou temor para alcançar a responsabilidade madura que nos leve a ouvir e aceitar o chamado, responder com um SIM decidido e generoso.

Leitor2: Portanto, não temas, porque achaste graça, não temas a vida, a tua maternidade, o teu casamento, o teu sacerdócio porque achaste graça. Esta coincidência nos ajuda, assim como ajudou Maria. Enquanto vivemos peregrinando na terra, na expectativa do Paraíso nossa resposta deve ser sempre sim ao projeto de Deus. O Céu e a Terra atendem o teu SIM, mãe que está para dar a luz a teu filho, homem que deve assumir uma responsabilidade pessoal, familiar e social; atende o teu sim, você que foi chamado para o sacerdócio.

Dir: Um sim maduro, fruto da graça e da colaboração pessoal. É, portanto, necessário a fidelidade e a perseverança para desempenhar o SIM por toda a vida. "Nunca mais te deixarei" dizem-se mutuamente os esposos no dia do casamento. Nunca te deixarei, diz o sacerdote no dia de sua ordenação! Há também, um outro aspecto: Todos os homens e as mulheres são chamados a realizar o seu SIM à imitação de Maria, Um SIM repleto de alegria, de vida nova e de benção. Um Sim como aquele de Maria seria uma benção, um bem para o mundo, uma salvação e uma esperança! O teu sim, a tua fidelidade e perseverança geram também alegria e o mundo sente-se renovado. Graças ao teu SIM a vida humana em todas as suas dimensões torna-se mais alegre e esperançosa. A exemplo de Maria, digamos, todos nós um Generoso SIM a Deus e a humanidade!

DIA 01: MARIA, MULHER EUCARÍSTICA

Dir: O papa João Paulo II em sua Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, afirma que Maria de certo modo, praticou a sua “fé eucarística” ainda antes de ser instituída a Eucaristia, quando “ofereceu o seu ventre virginal para a encarnação do Verbo de Deus”. E Maria, na anunciação, concebeu o Filho divino também na realidade física do corpo e do sangue, em certa medida antecipando n’Ela o que se realiza sacramentalmente em cada crente quando recebe, no sinal do pão e do vinho, o corpo e o sangue do Senhor. Maria foi, portanto, Sacrário vivo, “guardou” Jesus. Contemplarmos Nossa Senhora como “morada de Deus” é tomarmos consciência da dignidade da pessoa humana, enquanto habitação do Espírito Santo.

Leitor1: Maria é o templo de Deus por excelência, ela é a Arca da Aliança. Ela trouxe em seu seio imaculado, o próprio Filho de Deus. De tal forma amou o Pai e guardou as palavras do seu Filho que, o Filho e o Pai vieram a ela e nela fizeram sua morada. Ao concebermos Maria como habitação do Sagrado, compreendemos o quanto Deus nos ama, apesar de nossa condição frágil.

Leitor2: É impossível nos aproximarmos de Maria sem nos aproximarmos de Jesus. Ela nos leva a Cristo. É toda cercada de santidade que a envolve e plenifica. Por isso, junto de Maria somos banhados pela luz do Espírito Santo que a cumulou de graça. Em toda a Sagrada Escritura não há mulher que tenha sido agraciada dessa maneira a ponto de ter sido convidada para ser a mãe do Filho de Deus. O Concílio Vaticano II nos diz: “Maria foi plasmada e feita uma nova criatura pelo Espírito Santo... Pelo que nada há de estranho em chamar a Mãe de Deus de totalmente santa e imune do pecado... Enriquecida desde o primeiro instante de sua concepção com o resplendor de uma santidade inteiramente singular”. São Lucas nos relata: O Altíssimo te cobrirá com sua sombra(Lc 1, 34). Maria é como uma nova tenda do encontro de Deus com a humanidade. Coberta pela sombra do Altíssimo, Maria se torna o santuário onde Jesus toma imagem visível.

Dir: Ao nos aproximarmos de Nossa Senhora, entramos no templo do Senhor, onde está o primeiro tabernáculo que Jesus habitou por nove meses. Em Maria, Deus encarnado visita seu povo. Entre todos os santos, a santíssima Virgem Maria resplandece como modelo de santidade e de espiritualidade eucarística. Ela viveu este espírito eucarístico antes que o Sacramento da Eucaristia fosse instituído por Jesus, isto pelo fato de ter oferecido seu seio virginal à encarnação do Verbo de Deus. Logo após o nascimento de Jesus, ela realizou um gesto puramente eucarístico e ao mesmo tempo, eclesial: apresentou o Menino Jesus aos pastores, aos magos e ao sumo-sacerdote no templo em Jerusalém; o fruto bendito de seu ventre  apresenta-o ao povo de Deus e aos gentios para que o adorassem e o reconhecessem como o Messias, o próprio Filho de Deus.

Leitor1: Em Caná da Galiléia a solícita intercessão de Maria livra do vexame os noivos na hora do primeiro sinal que seu Filho deu, oferecendo-se através de um milagre. Aos pés da cruz, participando nos sofrimentos de seu Filho, oferece-o ao Pai como vítima pura e perfeita. Depois, acolhendo-o morto em seus braços, faz a entrega total depositando-o numa sepultura como semente secreta de ressurreição e de vida nova para a salvação do mundo. Foi ainda uma oferta de natureza eucarística e eclesial a sua presença em Pentecostes quando da efusão do Espírito Santo, primeiro dom do Senhor Ressuscitado à sua Igreja nascente.

Leitor2: Para ser como Maria, Mulher Eucarística, Seta Indicadora e Arca da Aliança, devemos transformar a nossa vida que deve ser toda ela eucarística. O livro dos Atos dos Apóstolos nos refere que, após a ascensão do Senhor ao céu, os apóstolos voltaram de novo ao Cenáculo, onde costumavam se reunir (At 1, 12-13). “Todos, unânimes, eram assíduos à oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus” (At 1, 14). Que isso quer dizer? A Mãe de Jesus estava ali presente, no seio da Igreja, que fundada na totalidade do evento Jesus Cristo, em sua Encarnação, no mistério do anúncio do Reino de Deus, na escolha dos discípulos, na entrega da vida na cruz, em sua Ressurreição, no envio do Espírito Santo, no Pentecostes,  seria promulgada ao mundo. Lucas, o autor dos Atos, não poderia deixar de anotar esse fato: Maria está presente no instante em que vai resplandecer a Igreja. Em cada um desses instantes há uma revelação da totalidade do mistério de Deus em sua relação com a humanidade. Em cada um desses momentos está a Igreja e, nela e com ela, está também a Eucaristia unida profundamente a Maria enquanto Mãe de Cristo.

Dir: Todos os que creram, todos os que tinham entrado na Igreja, “eram assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações” (At 2, 42). Que era a “fração do pão”? Era a Eucaristia que se celebrava. Partia-se o pão (“fração do pão”), porque a Eucaristia se celebrava com um pão grande, como Jesus certamente o fez na última Ceia: “Tomou o pão e partiu-o, e distribuiu a eles, dizendo: ‘Isto é o meu corpo’” (Lc 22, 19).
O Corpo que recebemos na Hóstia é o mesmo corpo daquele que nasceu de Maria. Esse corpo, nascido de uma mulher é o Corpo de Deus! A Igreja, povo de Deus que está a caminho, vive da Eucaristia e pela Eucaristia, fruto do seio virginal de Maria e estritamente unida à sua oblação materna no Calvário. Ao celebrar a Santa missa, saibamos aproximar de Jesus como Maria, mulher eucarística. Ela nos ensina a caminhar com fé e dinamismo, sendo alimentados pelo Verdadeiro Pão do céu!


DIA 02: MARIA, MAE E DISCÍPULA DE CRISTO  (Jo 14, 1-6)

Dir: Maria, Mãe de Jesus, foi sua primeira e fiel seguidora, sua discípula dedicada. DISCÍPULO não é ALUNO! Aluno deseja ver as costas do professor! O Discípulo contempla quase o seu Mestre! O Discípulo presta atenção inteligente e carinhosa aos ensinamentos do Mestre! Discípulo SEGUE o Mestre de perto, acompanhando-o em sua vida, em seus caminhos e ensinamentos por exemplos e palavras! Ora, o Mestre de Nazaré apresentou-se claramente como CAMINHO-VERDADE-VIDA! (Jo 14, 6).

Leitor1: Maria foi a primeira e mais fiel SEGUIDORA desse Caminho. Ela foi DISCÍPULA no Caminho da VERDADE, quando descobriu que o fruto de suas entranhas era A PALAVRA VIVA do Deus Vivo FEITA CARNE (Jo 1, 1-14). Por isso, ela disse seu SIM a vida inteira, em Nazaré, no Egito- em Caná e Jerusalém! "Aconteça em mim conforme a tua palavra (Lc l, 38).

Leitor2: Assim fazendo, ela mesma aprovou, com sua vida de obediência ao Plano de Amor do Pai, a palavra de seu Filho, quando lhe comunicaram que sua mãe e seu irmãos estavam à sua procura: "Todo aquele que faz a vontade de meu pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e MINHA MÃE" (Mt 12, 46-50). Outra passagem confirmadora é a bem-aventurança de sua mãe pelo próprio Jesus (Lc 11, 27-28).

Dir: Maria foi DISCÍPULA no Caminho da VIDA, na intimidade da vida de família em Nazaré. Um dia, foram lhe contar que seu Filho não estava bem da cabeça (Mc 3, 20-21). Chegaram ao ponto de afirmar que ele estava possesso do demônio e que era pelo poder de Beelzebul que Jesus expulsava demônios! (Mc 3, 22-30). Certamente não foi fácil para Maria ser DISCÍPULA de Mestre tão exigente e, por vezes, até mesmo paradoxal! Basta pensar que este Caminho da Vida passa pela Morte do Calvário! E Maria acompanhou seu Filho no caminho do Gólgota e esteve, como Mãe dolorosa, junto a ele ao pé de sua cruz! (Jo 19, 25-27). Andou acertado o Evangelista Lucas quando nos conta que Maria meditava em seu coração feminino e materno todas as palavras incompreensíveis e todos os gestos estranhos daquele Menino-Mestre, seu Filho! (Lc 3, 41-52). Já fora assim com as palavras do Velho Simeão a respeito de sua criança, no dia da consagração a Deus no Templo de Jerusalém! (Lc 2, 33-35).

Leitor1: Foi assim com as palavras enigmáticas de seu Filho adulto, nas Bodas de Caná (Jo 2,4-5). Maria teve, sem dúvida, de aprender a ser DISCÍPULA deu Filho e Mestre Jesus. Mas, seu aprendizado foi facilitado por sua fidelidade às inspirações do Espírito Santo, que a cobrira com sua sombra, no momento decisivo da encarnação do próprio FILHO DE DEUS ALTÍSSSIMO EM SEU VENTRE VIRGINAL! (Lc 1, 34-35). Por isso, ela seguiu fielmente seu Filho Jesus, em seus caminhos diferentes dos caminhos dos homens, acompanhando-o em sua imolação ao PAI em favor dos IRMÃOS, tornando-se NOSSA SENHORA DAS DORES.

Dir: Hoje, esperamos que cada cristão, a exemplo de Maria, possa defender a vida e dar continuidade ao projeto de Deus. O mesmo dom de ser Mãe, que Deus deu a Maria é dado a todas as mães. Oxalá se todas reconhecessem isso, o mundo seria outro, o aborto e outras formas de infanticídio desapareceriam, dando lugar ao amor e a proteção à vida. No Brasil onde o aborto é proibido pela legislação vigente, segundo estimativas se comete anualmente mais de 1.100.000 abortos clandestinos. Isso sem contar com outros países como Inglaterra, Países de Gales, Espanha e China, onde o aborto é legalizado. Na China, por exemplo, somente em 2001 foram provocados 6. 284.844 abortos. Esta é uma representação concreta da banalização da vida. Infelizmente isso representa o desconhecimento deste dom de ser mãe, que Deus concede a cada mulher, como dom gratuito e divino do seu amor a humanidade. Todas as mulheres são convidadas a pensar e a zelar sobre este dom bonito e não se deixar levar pela cultura pós-moderna que relativiza a vida, banalizando-a em detrimento da liberdade aparente, do poder e da lucratividade de seus mercados.

DIA 03:  MARIA, INTERCESSORA

Dir: A palavra intercessão vem do latim “intercessione”, que significa, pedir, rezar, rogar, suplicar por a pessoa. É uma espécie de intervenção em favor de alguém. Maria não é deusa. Ela é simplesmente Mãe. Se fosse uma deusa, com os poderes de um deus, ela faria sinais e prodígios. No entanto, na qualidade de Mãe, o único poder reservado a Maria é o de intercessão.

Leitor1: Aliás, poder este, desempenhado também pelo Espírito Santo, pelos anjos, por todos os santos canonizados, pelos santos não canonizados, e por todos os cristãos. No entanto, Maria, por ser Mãe, por ter sido a mais bem aventurada das mulheres e por estar na glória celestial, está intercedendo pelos seus outros filhos.

Leitor2: O fato de Maria ou os santos serem intercessores não significa que eles estejam ocupando o lugar de Jesus. Cristo não perde o seu poder e o seu lugar de único mediador entre Deus e o homem se os santos forem intercessores também. O Vaticano II testemunha: “Os habitantes do céu … recebidos na pátria e presentes diante do Senhor (cf. 2 Cor 5,8), por Ele, com Ele e n’Ele não deixam de interceder por nós junto ao Pai”.

Dir: Muitas pessoas não entendem bem quando Timóteo diz: «Por que há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo – homem” (cf. 1Tm 2,5). Jesus é o Único Salvador entre Deus e o homem” . Jesus não é o único intercessor. Se Jesus fosse o único intercessor, a Bíblia estaria mentindo quando falou que o Espírito Santo intercede com gemidos inexprimíveis (Rm 8,26-27). Ela estaria mentindo também quando falou que os 24 anciãos da corte celeste podiam interceder (cf. Ap 5,8).

Leitor1: O ministério de intercessora de Maria começou a se despontar no episódio evangélico das Bodas de Caná (Jo 2,1-12). Jesus e sua família foram convidados para o casamento. “Na Bíblia, o casamento simboliza a aliança entre Deus e o seu povo”, que aconteceu no Sinai.
De repente, a Mãe de Jesus notou que tinha acabado o vinho, em plena festa. (v. 3). Para a Tradição Judaica o vinho é símbolo de alegria (Sl 78, 65; Is 51,21). O vinho também simboliza amor (Ct 1,2. 4; 4,20; 7,12). É uma forma de celebrar com alegria o amor que existe entre os dois. Imagine o escândalo que seria o casamento ter acabado porque acabou o vinho! Seria motivo de vergonha para o noivo e desonra ao seu nome e ao nome de sua família.

Leitor2: Disse Jesus à sua mãe: “Mulher, o que há entre mim e ti?” e disse também: “minha hora não chegou”.  “Maria é quem antecipa a hora de Deus. Maria é a hora de Deus”, A resposta de Jesus não foi um “não”. Caso contrário, Maria não teria falado a frase seguinte aos serventes: “Faze i tudo o que Ele vos disser”, (v. 5). Por esta frase, temos a impressão de que Maria, na festa, era como uma “governanta” ou uma espécie de organizadora da festa. O milagre de Caná nos ajuda a compreender o papel de Maria em nossa comunidade. Ela intercede por nós, junto ao seu filho Jesus, a fim de crescermos em santidade.

Dir: Maria é mãe que olha com carinho para que seus filhos possam viver em comunhão com o Pai. Ela nos aproxima de Cristo, o Salvador! Podemos orar diretamente ao Pai quando rezamos; pai nosso que estais nos céus... Porém, com o auxílio da Mãe de Deus, procuramos ser obedientes ao seu projeto, fazendo tudo o que ele nos revelou. Saibamos irmãos e irmãs a depositar nossa confiança em Deus nosso Pai, sabendo que Maria intercede por nós, como mãe auxiliadora.


DIA 04: MARIA E O REINO QUE VIRÁ

Dir: "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho." Nesta novena falaremos da proximidade do Reino de Deus e sobre a necessidade de ser crer no Evangelho.  O que Jesus quis nos dizer com essa frase? O tempo do Advento é dedicado à conversão, mudança de vida. É preciso endireitar o caminho que nos conduz ao Pai. É necessário assumir corajosamente os valores do reino anunciado por Jesus. Na plenitude dos tempos Deus enviou sou próprio Filho para resgatar a humanidade de seus pecados. Maria nos apresenta Cristo e nos convida á conversão.

Leitor1: O que poderíamos entender sobre o Reino de Deus? Jesus mesmo nos diz: "Os fariseus perguntaram um dia a Jesus quando viria o Reino de Deus”. Respondeu-lhes: “O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós” (Lc 17, 21). Sabemos que através de Maria experimentamos o Reino de Deus, pois o próprio Messias é a manifestação deste mesmo reino.

Leitor2: O Reino de Deus é a salvação que está ao nosso alcance. Depois que o tempo se completou, e o Messias veio, a salvação se tornou acessível a todos! Mas temos que cumprir algumas exigências para conseguir entrar nesse Reino maravilhoso, pois o Rei é Belo e Puro, e para não sujarmos o seu Reino, devemos nos tornar puros.

Dir: "A salvação pregada por Nosso Senhor Jesus Cristo é um convite dirigido a todos: O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as núpcias de seu filho e enviou os criados a chamar os convidados para as bodas (Mt 22, 2-3). Ninguém é excluído da salvação, se livremente abre as portas às amorosas exigências de Cristo: nascer de novo (cfr. Jo 3, 5), tornar-se semelhante às crianças, com simplicidade de espírito (cfr. Mc 10, 15; Mt 18, 3; 5, 3), afastar o coração de tudo o que afasta de Deus. Jesus quer fatos, não apenas palavras, e um esforço denodado, porque somente os que lutarem serão merecedores da herança eterna” (cfr. Mt 11, 12).

Leitor2: É interessante refletirmos sobre essa frase: "Jesus quer fatos, não apenas palavras." Estamos dando fatos concretos para Jesus, de que queremos realmente adentrar no Reino Dele? Estamos renunciando o pecado e as ocasiões que nos afastam de Deus? Deus nos dá tanto, nos deu o dom da vida, estamos dando o quê para Deus? Apenas pecados, pedidos e lamentações? É importante pararmos e meditarmos um pouco sobre isso.

Dir: O evangelho nos diz: "A lei e os profetas duraram até João. Desde então é anunciado o Reino de Deus, e cada um faz violência para aí entrar." (Lc 16,16).  "Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam" (Mt 11,12).   No mundo de hoje, as pessoas pregam que vários caminhos nos levam a Deus, que muitas coisas que antes eram consideradas pecado, hoje em dia não são mais, por causa da modernidade ou de vários outros motivos. Nós queremos pecar, e ficamos inventando motivos, desculpas, achando que vamos convencer Deus, mas convencemos somente a nós mesmos.

Leitor1: Jesus está voltando e nós estamos fazendo violência para entrar no Reino de Deus, no Reino dos céus? "O reino dos céus se alcança à força e são os violentos que o arrebatam. Essa força não se traduz em violência contra os outros: é fortaleza para combater as fraquezas e misérias próprias, valentia para não mascarar as infidelidades pessoais, audácia para confessar a fé, mesmo quando o ambiente é adverso".

Leitor2: Não se pode compreender o cristianismo sem Maria, a mãe do Senhor e da Igreja. Ela está na origem e no fim de todas as coisas que têm consistência em Cristo. Por isso, “Maria e o reino que virá”  é um tema importante para quem acredita na Revelação de Deus por meio do Verbo encarnado. Deus nos chama a ser discípulo e missionário deste Reino, onde tem como ponto central a escuta da palavra, a celebração dos mistérios revelados e a prática da justiça e da caridade, vivenciada por Cristo e testemunhada pelos apóstolos.

Dir: O Reino de Deus é um reino onde não é preciso cajado, pão, sacola, nem dinheiro (cf. Mc 6, 8).  É o Reino da partilha e da fraternidade. O Senhor é a nossa única esperança, o nosso tudo, somente ele nos basta. Trata-se de um Deus que olha com carinho para com seus filhos. Vejam os pássaros dos céus, eles não fiam e nem tecem e Deus concede alimento em abundância para todos (Mt 6, 26). Ele é a nossa rocha que sustenta nosso edifício espiritual. Ele é a nossa fortaleza, nossa segurança e nosso apoio. O Reino de Deus é o reino dos bem-aventurados, dos pobres em espíritos, dos que são injustiçados (Mt 5, 3). O reino de Deus é daqueles que não se apega aos bens materiais. Se não existe egoísmo, podemos dizer que o Reino de Deus é o paraíso aqui na terra. O reino verdadeiro é dos que entenderam a mensagem de Jesus, renunciando tudo, considerando tudo como lixo para ganhar o prêmio que o Senhor reserva para aqueles que amam. Aqueles que optaram por ser humildes, dependendo sempre da misericórdia e da providência de Deus serão sempre atendidos em suas necessidades. O reino de Deus é daqueles que colocam a riqueza em seu devido lugar, longe do alcance de suas mãos e perto de quem dela necessita.

DIA 05: MARIA, IMACULADA CONCEIÇÃO
Dir: A Sagrada Escritura diz que Jesus Cristo é o filho de Maria. São Paulo afirma que é “nascido de mulher” (Gl 4,4); é Filho de Deus, nascido – “não nasceram do sangue, nem do impulso da carne, nem do desejo do homem, mas de Deus” (Jo 1, 13).

Leitor1: Santo Inácio afirmou que jesus foi “gerado verdadeiramente por uma Virgem”; Justino afirma: “Gerado de uma Virgem”; O Cordeiro foi gerado por Maria, a boa ovelha”; Santo Irineu afrimou: Jesus não passou por Maria, nem desceu em Maria. Foi plasmado da terra virgem... assim... um só homem (Cristo)... nascido de uma Virgem...Emanuel nascido da Virgem, mediante obediência. A diferença de Eva que desobedece quando era ainda virgem; A Palavra de Deus, de fato, se fez carne e o Filho de Deus e do homem, puro como é, com pureza – o seio da virgem que gera os homens para Deus e que a tornou pura.

Leitor2: O parto virginal de Maria: parto sem dor – a dor como conseqüência do Pecado original, e ou sem efusão de sangue; trata-se de um parto prodigioso, razão de nossa fé. Para Deus nada é impossível. Maria disse ao anjo, depois de certificar que era obra de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

Dir: No dia 8 de dezembro de 1854: um grande e delicado mistério, a pedra fundamental sobre a qual toda a vida da Virgem vai fundamentar-se. Imaculada conceição significa a pureza e a preservação de Maria de todo o pecado. Não deve ser confundida com a concepção virginal de Jesus. Maria foi concebida da consumação do amor de Ana e Joaquim. Maria não foi concebida à maneira de Jesus. Trata-se de um mistério de misericórdia. Maria foi a primeira beneficiária da misericórdia divina. “Deus não é tudo em Maria apenas, mas também para o futuro de cada uma de suas criaturas espirituais”. Trata-se da incompatibilidade de Deus com o pecado. Em Deus não é possível encontrar nenhum sinal de pecado ou morte. Ele é vida e amor. “Ele (Jesus) se encarna para tirar cada homem das conseqüências do pecado, da morte como síntese dos males”. Deus não pode fazer compromisso nenhum com o pecado, nem com a morte”.

Leitor1: Deus escolheu uma mulher e a preparou a fim de se encarnar. A beleza de Maria: Missão de receber Jesus com grande presente do Pai e dá-lo aos homens. Ela deveria ser reflexo da pureza e da santidade de Deus. O Dogma da imaculada tem fundamentos bíblicos: O Papa Pio IX, em 1854 afirmou: “...declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que ensina que a bem-aventurada Virgem Maria foi desde o primeiro instante de sua de sua concepção, por graça e privilégio singular de Deus, Todo-poderoso, e em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, preservada e livre de toda marca do pecado original é revelado de deus e, em conseqüência, ela deve ser acreditada firmemente e constantemente por todos os fiéis”.

Dir: Essa verdade de nossa fé nos faz sentir que Maria é uma pessoa completamente iluminada por Deus, é o templo humano onde o pecado não entra e a graça habita. Bem antes de ser declarado dogma, o povo já cultuava Nossa Senhora da Conceição. Na América Latina, encontramos estátuas barrocas da Senhora da Conceição, várias delas vindas de Portugal, onde ela é padroeira.

Maria recebe do Senhor um dom especial. Nasce cheia de graça, com plena capacidade de ser livre e acolher a proposta divina. O fato de Maria ser Imaculada não lhe tira a necessidade de crescer na fé, pois isso faz parte da sua situação de ser humano, que necessita aprender e evoluir.

Nem tudo em sua vida estava pronto, também ela fez um caminho de fé, é aprendiz da existência. Há momentos em que ela não entende o sentido pleno dos fatos e das palavras (Lc 2, 49-50). Ela realiza sua vocação pelo caminho humano da fé, em meio a


DIA 06: MARIA, DIGNA DA DEVOÇÃO

 Dir: “Devemos ter uma devoção toda particular a Maria Santíssima. Ela é a Mãe de Deus e também nossa mãe; ela supera em graças e santidade a todos os anjos e santos;  por sua intercessão, possui o maior valimento diante de Deus.
Ela mesma disse: “Eis que, de agora em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações, porque me fez grandes coisas Aquele que é poderoso, e santo é seu Nome” (Lc 1, 48-49).

Leitor1: O melhor exemplo de culto a Maria Santíssima nos dão os santos, sobretudo a Santa Igreja e, em certo sentido, a própria Santíssima Trindade. Maria Santíssima é, depois de Jesus Cristo, o mais sublime modelo de todas as virtudes: piedade, pureza, humildade, paciência, fortaleza e sobretudo de ardente amor a Deus e ao próximo. Jesus, morrendo na cruz, nos deixou sua Mãe por nossa mãe: “Filho, eis aí tua mãe. Mãe, eis aí teu filho”. São Bernardo afirmava: “Um servo de Maria não se perde”.

Nunca se ouviu dizer que tivesse alguém recorrido a Maria Santíssima, que não houvesse sido atendido. Uma genuína e sólida devoção a Maria Santíssima é um sinal evidente de predestinação à bem-aventurança eterna.

Leitor2: A verdadeira devoção a Nossa Senhora consiste: 1. em amá-la com ternura filial; 2. em louvá-la com fervor; 3. em invocá-la com confiança; 4. e imitá-la com diligência e perseverança.
Em seu louvor, rezemos pontualmente as “Ave-Marias” ou “Anjo do Senhor”, o terço; e com especial preparação, devoção e entusiasmo, celebremos suas festividades.

Dir: De todas as formas de devoção, a que mais agrada a Maria Santíssima é por certo a fiel imitação de suas virtudes. Pela imitação de Maria é que também se conhece ser genuína, e não mero sentimentalismo, a devoção para com Ela.

Leitor1: Segundo S. Luís Maria Grignion de Montfort, exerce a verdadeira devoção a Maria Santíssima quem todas as coisas faz: a) em Maria, isto é, no espírito e nas disposições que a animavam; b) com Maria, isto é, com seu auxílio, que ele sempre está invocando; c) para Maria, isto é, para que Ela de tudo disponha livremente; confiante ele depõe em suas mãos todas as suas obras, merecimentos e sua própria pessoa, a fim de que Ela de tudo isso disponha à vontade para a maior glória de Deus e salvação das almas; d) Por Maria, isto é, por sua mediação; por sua poderosa intercessão ele pede a Deus todas as graças, e pela mão desta amorosa Mãe ele se encaminha a Deus.


Leitor 2: É por isso que os cristãos católicos e ortodoxos não são os únicos a honrar a Mãe de Jesus : todos aqueles que reconhecem a Bíblia como um texto sagrado e fundador, votam-lhe respeito e honra. É evidente que este respeito para com a Mãe de Deus toma uma força e uma dimensão particular na Igreja, que desde a aurora da sua fé em Cristo ora a sua Mãe com as próprias palavras do anjo Gabriel nas escrituras, as do "Ave Maria", universalmente conhecido e recitado pelos cristãos, à volta de toda a terra ! O terço (e o seu desenvolvimento em rosário), o Magnificat, tanto como as grandes orações de louvor e os hinos,  são as formas de oração mais antigas do patrimônio universal da piedade mariana na Igreja.

O Concílio Vaticano II, em 1962-1965, confirmou a importância da devoção popular ao confirmar a legitimidade das imagens sagradas de Cristo, da Virgem e dos santos, face a certas tendências que visavam eliminá-las dos santuários. Pois a piedade e a devoção à Virgem não dependem de um sentimentalismo, mas sim de um amor Àquela que é Mãe e modelo para conduzir os homens, seus filhos, ao encontro de Cristo. A piedade filial para com a Mãe de Jesus suscita no cristão, observa o papa João Paulo II, "a firme decisão de imitar as suas virtudes". Saibamos imitar Maria, a fim de que o mundo seja mas humano e fraterno.


DIA 07: MARIA, MAE DE DEUS E FILHA PREDILETA DO PAI


Dir: As verdades sobre a Virgem Maria são admiráveis. Por isso tudo o que se refere á sua pessoa refulge perante os nossos olhos com esplendor sempre novo. Os dons sobrenaturais que a embelezam e a tornam capaz de desempenhar a sua missão, junto a Cristo, ao longo da história da salvação, constituem um luminoso farol aceso diante de nós. O seu trabalho quotidiano em Nazaré, servindo e convivendo com o seu Filho em companhia de S. José; a sua fidelidade no momento terrível da Paixão de Jesus e nas horas que precederam a Ressurreição; a sua delicada presença nos primeiros passos da comunidade cristã, é um livro aberto em que havemos de ler e meditar continuamente. Nem o mais pequeno dos seus gestos carece de significado, transbordante sempre de conteúdo, por amor à vontade de Deus que encerra.



Leitor1: Na encíclica Redemptoris Mater, o Papa João Paulo II resumia deste modo um dos núcleos fundamentais da fé católica a respeito de Maria: «Em virtude da graça do seu amado Filho, em razão dos méritos redentores do que seria seu Filho, Maria foi preservada da herança do pecado original. Deste modo, a partir do primeiro instante da sua concepção, quer dizer, da sua existência, Ela pertence a Cristo, participa da sua graça salvífica e santificante e daquele amor que tem o seu início no Amado, no Filho do eterno Pai, que mediante a encarnação se converteu no seu próprio Filho».

Leitor2: Cumulada de dons celestes, acima dos anjos e dos santos, Maria possui uma plenitude de inocência e de santidade cujo alcance nenhuma inteligência criada pode esgotar. A nossa Mãe é assim, assim gostamos de a contemplar os seus filhos, adornada de majestade, de dignidade e, simultaneamente, de ternura e simplicidade. «Sabemos que é um segredo divino»; mas um segredo que apaixona e no qual, por isso, nos agrada e alegra meditar.

Dir: Esse «segredo divino» foi antecipado nas primeiras páginas do Gênesis, quando Deus anunciou, depois do pecado original, que estabeleceria inimizade entre a serpente e a mulher. E começou a desvendar-se com as palavras da saudação de Gabriel, o anjo da Anunciação, àquela jovem que era desde sempre Amada no Filho Amado: «Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo»: Com uma simplicidade esplêndida, com termos que mal entreabrem o horizonte sem ainda o manifestarem completamente, a mensagem da salvação iniciou o seu caminho definitivo na terra. O plano da nossa Redenção, estabelecido pela Trindade para que os homens pudessem participar como filhos, na vida divina, entrava no seu momento culminante. No instante sublime em que ressoaram no coração de Maria as palavras do Anjo, os desígnios do Pai começaram a realizar-se plenamente na história.

Leitor1: Na santidade desta Mulher, concebida sem pecado e fiel em todos os passos do seu caminhar, dão-se a conhecer as delicadezas do amor de Deus e as maravilhas que a liberdade pode tocar quando a alma se decide a ser fiel. A Virgem é a «obra prima» da Trindade, como afirma o Catecismo da Igreja Católica, e para nós é também o melhor modelo do seguimento de Cristo. Maria precede-nos e supera-nos sem medida; ao mesmo tempo que – humilde jovem de Nazaré, «desposada com um varão de nome José, da casa de David» – nos anima a assemelhar-nos a Ela. Porque os cristãos somos chamados a pertencer a Cristo, a fazê-lo como Maria e aproximando-nos de Maria.

Leitor2: Através dela Deus chama-nos a secundar genericamente a missão de Jesus; a contribuir com o nosso empenho pessoal para a obra que o seu Filho, nascido da Virgem Maria, confiou à Igreja; a cooperar com fé, esperança e caridade na restauração da vida sobrenatural nas almas; e estender pelo mundo a mensagem evangélica de paz, de alegria, de salvação. Na conduta e no exemplo de Santa Maria reconhecemo-nos eleitos desde a eternidade e compreendemos que estamos chamados a ser santos e santificadores no meio do mundo, portadores, como Ela, de Cristo e, como ela, fermento de santidade.

Dir: Maria é filha predileta do Pai. Em primeiro lugar é filha porque recebe de Deus o dom do seu amor que se manifesta na comunhão vital, pessoal e íntima que ela alimenta e vive com seu Deus. Esta intimidade que Maria vive ao longo de sua vida terrena e ao mesmo tempo alimenta com seu SIM continuado, não é só física, mas uma comunhão de relação amorosa que ela recebe e acolhe de seu Deus e a esta relação se abre, inteiramente, a ponto se tornar uma comunhão histórico-salvífica, mediante a qual Deus a torna participante da história da salvação de todo o seu povo, e por graça da infinita liberalidade do Pai, a toda a humanidade. Maria é também mãe de Deus, pois é mãe, não apenas da natureza humana de Jesus. Ela é mãe de Jesus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Rezemos confiantes; “Sob a vossa proteção procuramos refúgio, santa Mãe de Deus: não desprezeis as súplicas de nós, que estamos na prova, e livrai-nos de todo perigo, ó Virgem gloriosa e bendita”

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